A expansão marítima
portuguesa
Portugal surgiu como país durante a luta dos
cristãos
para reconquistar as terras perdidas para os árabes na península Ibérica. Durante essa
luta, conhecida como Reconquista Cristã, o nobre guerreiro Henrique de Borgonha conseguiu
diversas vitórias e, como recompensa, recebeu a posse do Condado Portucalense.
Com a morte de Henrique de Borgonha, seu
filho e herdeiro, Afonso Henriques, continuou a luta contra os árabes. Depois de vencê-los na batalha de
Ouriques, em 1139, proclamou a independência do Condado Portucalense, que passou a
se chamar, então, Reino de Portugal. Afonso Henriques sagrou-se rei, o primeiro de
Portugal, dando início à dinastia de Borgonha (1139-1383).
Durante a dinastia de Borgonha, Portugal
conquistou o Algarve, completando a formação de seu território. Gradativamente,
Portugal deixou de ser um país essencialmente agrícola, passando a praticar também intensa atividade marítima e comercial. Essa mudança ocorreu devido ao fato de que, aos poucos, desenvolveram-se no litoral
português a
pesca e o lucrativo comércio de sardinha, atum e bacalhau. Com isso, as cidades litorâneas portuguesas como
Porto, Setúbal e Lisboa cresceram e enriqueceram.
A partir do século XIV, um
fato novo contribuiu para aumentar ainda mais o brilho comercial dessas
cidades: tornaram-se parada obrigatória dos navios italianos que vinham do
Mediterrâneo abarrotados de especiarias e se dirigiam para a região de Flandres, no norte
da Europa. Como importantes entrepostos comerciais, essas cidades cresceram e
passaram a abrigar um número cada vez maior de pessoas dedicadas ao comércio, às finanças e à construção naval.
Razões do pioneirismo português
Portugal foi o primeiro país europeu a se lançar às Grandes Navegações. E o pioneirismo
português
deveu-se, principalmente, ao fato de que Portugal foi o primeiro Estado moderno
da Europa. Isto é, o primeiro país europeu a centralizar o poder nas mãos de um rei.
Um acontecimento que muito contribuiu para
isso foi a Revolução de Avis (1383-1385), quando a burguesia portuguesa,
apoiada pelas populações humildes do campo e das cidades, pegou em armas para evitar que Portugal
fosse anexado ao Reino de Castela, e perdesse a sua independência.
Vencendo a Revolução de Avis, a burguesia
colocou no trono D. João l (o primeiro da dinastia de Avis), um rei disposto a se associar a ela a
fim de promover a expansão marítima e comercial portuguesa. Os que o sucederam continuaram a praticar a
política
de incentivo ao comércio e à navegação, fortalecendo a aliança entre o Estado português e os mercadores.
Contribuiu também para o pioneirismo
português o
fato de que, no século XV, Portugal era um país sem guerras e, ao mesmo tempo, empenhado em desenvolver e sistematizar técnicas e conhecimentos
necessários à navegação em alto-mar.
Bibliografia: www.suapesquisa.com
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